As contradições de William Branham

As contradições de William Branham

Para um “profeta” que afirmou ter recebido tantas revelações, William Branham demonstrou significativa incoerência em suas declarações ao longo de seu ministério. A seguir, analisaremos alguns pontos centrais.

1) Casamento e Divórcio

Branham declarou, em um de seus sermões de perguntas e respostas, que se uma mulher fosse desonrosa para com o marido — ao cortar o cabelo — este teria o direito de repudiá-la em divórcio, mas não poderia se casar novamente:

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77 – Uma mulher que é desonrosa tem um direito legal de ser expulsa em divórcio. Mas o marido não pode se casar novamente.

53-0729 Perguntas e Respostas sobre Gênesis
Rev. William M. Branham

Em 1962, ele ensinou que, se o homem ou a mulher fossem abandonados por seus cônjuges, nenhum dos dois poderia contrair novo casamento:

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41 – Um irmão ou uma irmã, neste caso, não estão sob cativeiro. Se seu cônjuge está te colocando para fora ou deseja se afastar, deixe-os partir. Mas você não pode se casar novamente...
Agora, você não pode se casar novamente, ele já declarou isso, mas você não precisa viver com um marido ou uma esposa descrente se eles não estiverem dispostos.

62-0527 Perguntas e Respostas
Rev. William Branham

Apesar disso, o “profeta” realizou diversos recasamentos, inclusive o de seu próprio irmão. Em suas pesquisas, John Collins, neto de Willard Collins (antigo pastor do Tabernáculo Branham), encontrou uma licença de casamento de 1938 entre Jesse Branham e Agnes Gullet. Jesse havia se divorciado no mesmo ano, logo depois casou-se com Agnes e teve um filho com ela. O próprio William Branham celebrou a cerimônia, mas o casamento durou apenas alguns meses. Posteriormente, Jesse casou-se novamente com Mary Merryman, declarando na certidão que havia se casado apenas uma vez. Novamente, o ofício religioso foi realizado por Branham.

Além disso, Collins descobriu em um artigo do jornal Jeffersonville Evening News que o hospital Clark County Memorial processou Jesse Branham por agressões físicas contra Mary.

Em 1965, no conhecido sermão sobre casamento e divórcio, Branham mudou seu posicionamento, afirmando que o homem poderia casar-se de novo após a separação, mas a mulher não:

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201 – Um homem pode repudiar sua mulher e se casar com outra, mas a mulher não pode repudiar o seu marido e se casar com outro.

65-0221 Casamento e Divórcio
Rev. William M. Branham

Nesse mesmo sermão, ele ainda fez reiteradas alusões favoráveis à poligamia:

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191 - ... Ela não pode se casar novamente. Ela precisa se manter solteira. Porém, notem, ele nunca falou sobre o homem. Vê? Você não pode fazer a Palavra mentir. Desde o princípio, a lei do sexo por poligamia.


193 – Primeiramente, desde o princípio, só havia um e um. Após o pecado entrar, então, havia um homem e um monte de mulheres. Corre do mesmo jeito na natureza, cada animal; e seres humanos na carne natural somos animais. Nós somos mamíferos. Todos nós, veem?

65-0221 Casamento e Divórcio
Rev. William M. Branham

2) Fé Apostólica

William Branham afirmou por diversas vezes que haveria uma restauração da noiva de Cristo nos últimos dias. Ele acreditava que o ministério de um Elias para os gentios, se tratava de um ministério profético para levar a fé dos cristãos dos últimos dias de volta a fé dos apóstolos, ou seja, a fé dos filhos aos pais.

Ele também afirmou que pregou exatamente o mesmo evangelho que Paulo pregou.

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32 - Disse: "Ele é superior a isso. Um dia Ele virá, e você será julgado pelo Evangelho que pregou, porque você era o líder." Eu disse: "Bem, Paulo terá que ser julgado pela sua multidão?" Ele disse: "Sim." Eu disse: "Eu preguei o mesmo Evangelho que ele. Exatamente como ele disse, foi assim que eu disse".

63-0115 — Aceitando o Caminho Provido por Deus no Fim dos Tempos
Rev. William M. Branham

Contudo, em 1964, contradisse essa afirmação, alegando que a palavra dos apóstolos já não era suficiente para os últimos dias:

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260 - A Palavra do tempo de Moisés não funcionou nos dias de Jesus. A obra... a Palavra nos dias dos apóstolos não funciona hoje. É uma palavra prometida para este dia.

64-0112 — Shalom
Rev. William M. Branham

3) A Trindade

Branham ensinava que a doutrina da Trindade era satânica e chegou a afirmar, em 1965, que se tratava da própria marca da besta.

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...A marca na testa significa que terão que aceitar a doutrina do sistema mundial de igrejas, o qual é trinitarianismo...

1965 - Um resumo das sete eras, página 341
Rev. William M. Branham

No entanto, antes, relatou uma visão em que um anjo lhe teria dito que tanto trinitários quanto unicistas eram salvos e estavam diante da cruz.

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38 - Eu nunca disse: “Todos vocês trinitários sejam unicistas” ou “Todos vocês unicistas sejam trinitários.” Eu tenho plantado em seus próprios vasos. Exatamente. Eu fui aos trinitários, eu fui aos unicistas, eu fui a todos, e fiquei no meio deles e nunca juntei a nenhum deles; mas fiquei entre eles, sendo um irmão, exatamente o que a visão disse que fizesse. E tenho comido do fruto dos dois lados, salvação em ambos os lados.

39 - Ambos. Todos encontrados na cruz, porque todos eles criam em Deus e estavam cheios com o Espírito Santo, e possuíam as obras cristãs e os sinais seguiam.

62-0908 - A Fase Presente do Meu Ministério
Rev. William M. Branham

A contradição é evidente: se a Trindade seria a “marca da besta”, como poderiam seus adeptos ser salvos?

4) Quíntuplo de Efésios

Branham declarou, em 1964, acreditar na validade do ministério quíntuplo descrito em Efésios 4, afirmando que outros homens também poderiam ser chamados por Deus para pregar.

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204 - Misericórdia! Irmão, irmã, seja quem for que te disse que ninguém pode pregar a não ser eu, com certeza eu seria algo imprestável para Deus com tudo isso. Não! Cada homem que sente o chamado de Deus entre no ministério e comece a pregar.

64-0830 Perguntas e Respostas nº3 - Pergunta 25
Rev. William Branham

Porém, em 1965, o chamado profeta defende que o ministério quíntuplo de efésios falharia em sua missão, por isso Deus tem colocado uma liderança especial de homens que aparecem uma vez em cada dispensação.

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...Nem também é suficiente o ministério quíntuplo de Efésios quatro (apóstolos, profetas, mestres, evangelistas, pastores). Porque em cada era a igreja se desviou, não somente os leigos, mas o clero também. Os pastores estão tão errados quanto as ovelhas. Então Deus se interferiu como o Sumo Pastor nos ministérios destes sete homens para conduzir o seu povo de volta à verdade...
Porém Ele está em seu mensageiro, e aquele que tem a plenitude de Deus seguiria o mensageiro assim como o mensageiro é seguidor do Senhor pela sua Palavra.

1965 - Uma exposição das sete eras da igreja – A era de Sardes, página 223
Rev. William Branham

Ainda falando sobre o assunto, no seu livro Uma exposição das sete eras da igreja, Branham defende que enquanto vários homens são levados por opiniões diversas a respeito da doutrina, o mensageiro da última dispensação seria infalível.

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...Com base apenas no comportamento humano, qualquer um sabe que onde há muitas pessoas, há até mesmo opiniões divididas sobre pontos menores de uma doutrina importante que todos defendem. Quem, então, terá o poder da infalibilidade que será restaurada nesta última era, pois esta última era voltará a manifestar a Noiva da Palavra Pura? Eu lhes direi quem a terá. Será um profeta tão completamente vindicado, ou até mais completamente vindicado, do que qualquer profeta em todas as eras, desde Enoque até hoje, porque este homem necessariamente terá o ministério profético culminante, e Deus o manifestará.

1965 - Uma exposição das sete eras da igreja – A era de Laodiceia, página 296
Rev. William Branham

Esse ensino explica a postura de José Branham e do movimento “aperte o play”, que defende a escuta exclusiva das fitas de William Branham, em detrimento dos pastores locais. Longe de ser um acidente, tal prática é fruto direto da doutrina pregada pelo próprio “profeta”.

5) Jesus x Satanás

Em uma pregação de 1957, Branham declarou que Jesus não era igual a Deus, mas apenas semelhante.

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27 - Agora, Jesus foi feito semelhante a Ele. Agora, a razão pela qual existe uma diferença entre Deus e Jesus: é que Jesus teve um princípio; Deus não teve princípio; Melquisedeque não teve princípio, e Jesus teve um princípio. Mas Jesus foi semelhante a Ele... O Filho de Deus teve um princípio, Ele teve um fim.

57-0915 Hebreus Capítulo 7 - 1º Parte
Rev. William Branham

Essa afirmação ecoa tanto o arianismo (negação da plena divindade do Filho) quanto o modalismo, mostrando a inconsistência doutrinária de Branham.

Mais grave ainda, no sermão sobre casamento e divórcio, ele afirmou que Satanás foi “co-igual” a Deus:

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104 - Vocês sabiam que Satanás um dia foi co-igual com Deus? Claro que ele era tudo, menos um criador; ele era tudo, estava em pé ao lado direito de Deus nos céus, um grande líder entre os querubins.

65-0221 Casamento e Divórcio
Rev. William Branham

O termo co-igual foi utilizado por Atanásio no Concílio de Niceia (325 d.C.) para afirmar a igualdade de substância do Filho com o Pai. Branham, no entanto, aplicou-o a Satanás, sugerindo igualdade de natureza entre este e Deus, além de atribuir-lhe a posição à direita de Deus — lugar que as Escrituras reservam unicamente ao Filho (Sl 110:1; Dn 7:13-14; At 2:33-34; Hb 1:3; Mt 26:64).

Assim, Branham rebaixa a posição do Filho de Deus e exalta Satanás em Seu lugar. Não seria isso um forte alerta para que os crentes da Mensagem examinem com seriedade essas declarações e verifiquem se, de fato, permanecem na fé apostólica?

“…diante dos vossos inimigos não podereis resistir enquanto não tirardes o anátema do vosso meio.”

Josué 7:13 (ACF)

Referências

Livro: O Pregador por trás da Supremacia Branca - John Collins

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Jamie Larson
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