Casamento e Divórcio

William Branham acreditava que os seguintes motivos justificavam o divórcio para os cristãos:
- Se a esposa cortasse o cabelo;
- Se a esposa se vestisse de uma maneira que o marido não aprovasse;
- Se o homem simplesmente decidisse se divorciar de sua esposa (o que, segundo Branham, poderia ser justificado por uma série de razões que tornariam praticamente todas as mulheres culpadas).
E também, Branham ensinava que:
- Os homens poderiam se casar novamente após o divórcio, desde que sua nova esposa não tivesse sido divorciada anteriormente;
- As mulheres, por outro lado, não poderiam se casar novamente após o divórcio.
Ele baseava essa doutrina na ideia de que, no Antigo Testamento, os homens podiam ter várias esposas, enquanto as mulheres podiam ter apenas um marido.
Casamentos Oficiados por William Branham
Apesar de suas rígidas crenças sobre casamento e divórcio, William Branham realizou cerimônias de casamento para membros de sua própria família que haviam se divorciado, incluindo:
- Jesse Branham (seu irmão)
- Segundo casamento com Agnes Gulleth (também divorciada) em 1º de agosto de 1938.
- Terceiro casamento com Mary Merryman em 1º de fevereiro de 1941.
- Melvin Branham (seu irmão)
- Segundo casamento com Catherine Hendricks em 27 de janeiro de 1945, após se divorciar de Charlotte Brumbach (irmã da primeira esposa de William Branham, Hope) em junho de 1944.
'Alguns fariseus aproximaram‑se dele para pô‑lo à prova, perguntando:
― É permitido ao homem divorciar‑se da sua mulher?
― O que Moisés ordenou a vocês? — perguntou Jesus.
Eles disseram:
― Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e mandá‑la embora.
Jesus respondeu:
― Moisés escreveu essa lei por causa da dureza do coração de vocês. Mas, no princípio da criação, Deus “os fez homem e mulher”. “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne”. Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, ninguém separe o que Deus uniu.
Quando estava em casa novamente, os discípulos interrogaram Jesus sobre o mesmo assunto. Ele respondeu:
― Aquele que se divorciar da sua mulher e se casar com outra mulher comete adultério contra ela. E, se ela se divorciar do marido e se casar com outro homem, comete adultério. '
Marcos 10:2-12
Jesus ensinou que o divórcio não dissolve o casamento aos olhos de Deus, tornando o novo casamento equivalente ao adultério, tanto para homens quanto para mulheres. Em Marcos 10:11-12, Ele enfatiza que o adultério ocorre independentemente do gênero, contrariando a lei judaica da época, que não reconhecia um homem cometendo adultério contra sua própria esposa.
Jesus também destaca que, mesmo que um divórcio seja legalmente válido, espiritualmente os dois ainda são casados. Ele muda a perspectiva da lei mosaica, introduzindo igualdade de gênero no divórcio e no novo casamento. Marcos é o único Evangelho que registra Jesus proibindo tanto o homem quanto a mulher de se divorciarem e se casarem novamente. O apóstolo Paulo reforça esse ensino em 1 Coríntios 7:10, afirmando que Jesus instruiu as esposas a não se divorciarem de seus maridos.
E eu vos digo, que quem repudiar sua esposa, a não ser por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada comete adultério.
Mateus 19:9
Desde quando corte de cabelo é considerado fornicação a ponto de ser o motivo para o Divórcio?
"Todo aquele que repudia sua mulher, e casa com outra comete adultério; e quem casar com a repudiada por seu marido comete adultério."
Lucas 16:18
E os casamentos que Branham fez dos seus irmãos divorciados?
Este versículo trata diretamente da questão do novo casamento. A primeira parte é quase idêntica a Marcos 10:11, reafirmando que um homem que se divorcia de sua esposa e se casa novamente comete adultério. No entanto, a segunda parte acrescenta um novo ponto: também é adultério para um homem solteiro se casar com uma mulher divorciada.
Isso indica que, aos olhos de Deus, o primeiro casamento da mulher divorciada ainda é válido, independentemente do divórcio legal. Assim, qualquer novo casamento dela não é considerado legítimo, mas sim adultério. Jesus ensina que, embora a lei civil possa permitir o divórcio e o novo casamento, na realidade espiritual o vínculo matrimonial original permanece.
Isto foi dito: Quem repudiar sua esposa, dê-lhe carta de divórcio.
Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudiar a sua esposa, a não ser por causa de fornicação, a faz cometer adultério, e qualquer que casar com a divorciada comete adultério.
Mateus 5:31-32
Esses versículos são dirigidos ao homem e destacam a responsabilidade do marido no divórcio. A primeira parte do versículo é semelhante a Lucas 16:18, mas o final traz um ponto diferente: ao se divorciar de sua esposa, o homem a leva a cometer adultério caso ela se case novamente. Embora o novo casamento dela seja considerado adultério, a culpa maior recai sobre o primeiro marido, pois foi ele quem causou essa situação ao se divorciar.
O ensinamento de William Branham sobre esse tema demonstra que ele não compreendeu corretamente a declaração de Jesus, distorcendo seu verdadeiro significado.
227 - Veja, ela tem marido vivo, de modo que nenhum homem pode se casar com ela. Não importa o que ela faça ou quem ela seja, ela tem marido vivo, não há fundamentos para ela em absoluto. Porém, não é, para ele. “Faz que ela,” não ele. Entende? Você tem de fazer a Palavra andar em continuidade. Veja, nada dizendo que ele não pudesse, mas ela não pode. Veja, “faz que ela,” não ele. Isso é exatamente o que a Bíblia diz, “faz que ela.” Não é dito contra ele casar, mas “ela.” Por quê? Cristo no tipo.
65-0221M - "Casamento e Divórcio"
Rev. William Marrion Branham
App - A Mesa
O argumento de Branham ignora Marcos 10:11 e Lucas 16:18, além de criar uma doutrina baseada no silêncio das Escrituras. Jesus ensina que a mulher divorciada comete adultério ao se casar novamente, e que o primeiro marido deveria tê-la sustentado para evitar essa situação.
A cláusula de exceção em Mateus menciona "porneia" o que pra nós em português é traduzido como "fornicação", um termo grego amplo para imoralidade sexual, incluindo incesto, homossexualidade e bestialidade. Essa exceção não aparece em Marcos e Lucas porque, na cultura judaica e romana, o divórcio era obrigatório em casos de adultério. Mateus apenas explicita algo já entendido.
O foco do ensinamento de Jesus não está na exceção, mas na proibição do divórcio e do novo casamento. Ele permite o divórcio apenas em casos de imoralidade sexual, mas não afirma que o novo casamento seria permitido nessas circunstâncias.
Por tanto, corte de cabelo e uso de calça ou maquiagem não é desculpa para divorcio! E sim, os homens da mensagem que se divorciaram por causa disso, estão em adultério!
E mais uma vez, Branham distorce as escrituras:
184 - Jesus disse em Mateus 19:9: “Todo aquele que repudia sua mulher e se casa com outra, a não ser por causa de fornicação, comete adultério.” A diferença entre fornicação e adultério, a palavra poderia ser aplicada de qualquer maneira. Mas para deixar claro do que ele estava falando ali, que—uma mulher solteira não pode cometer adultério, porque ela não tem marido contra quem cometer adultério. É impureza para ela. Ela tem que confessar isso ao marido antes de se casarem se ela fez isso. Se não e o marido descobrir depois, ele tem o direito de repudiá-la, porque ela fez um voto falso. Pois a Bíblia disse: “Fique bem…” ou o ritual diz. “Seja bem sabido por vocês (eu tenho isso no meu) se algum casal se unir de outra forma que a Palavra de Deus não permita, seu casamento não é lícito. Eu exigirei e cobrarei de vocês dois, como vocês certamente responderão no dia do julgamento, quando os segredos de todos os corações forem revelados, se algum de vocês conhece algum impedimento pelo qual vocês não devem ser legalmente unidos, confessem agora.” Aí está. Viu?
59-0628E - "Perguntas e Respostas"
Rev. William Marrion Branham
App - A Mesa
No parágrafo citado, Branham faz uma interpretação que distorce o ensinamento bíblico sobre divórcio e adultério, baseando-se em uma confusão entre os termos "fornicação" e "adultério", além de aplicar a interpretação de forma equivocada ao contexto de Matrimônio e divórcio, como veremos com base nos textos bíblicos.
A Confusão entre "Foricação" e "Adultério" (Mateus 19:9):
William Branham sugere que "fornicação" em Mateus 19:9 se refere apenas a um comportamento sexual ilícito antes do casamento e que, nesse caso, o marido teria o direito de repudiar a esposa se ela tiver sido "impura" antes do matrimônio. No entanto, essa interpretação é falha, pois ela desconsidera o significado real da palavra "fornicação" (do grego porneia) que, no contexto bíblico, abrange todas as formas de imoralidade sexual, tanto dentro quanto fora do casamento. A palavra porneia não se restringe apenas à atividade sexual antes do casamento, mas inclui o adultério e outras práticas sexuais ilícitas (Mateus 5:32; Marcos 10:11-12; Lucas 16:18).
Em Mateus 19:9, Jesus usa a palavra "fornicação" para se referir a situações de imoralidade sexual que permitem o divórcio, mas isso não justifica o repúdio de uma mulher por algo que tenha acontecido antes do casamento. A Bíblia não diz que é necessário que a mulher confesse atos passados de fornicação para que o casamento seja válido; ao contrário, o foco de Jesus está no casamento atual e nos princípios de fidelidade entre marido e esposa.
A Mulher precisa confessar caso não seja virgem?
A posição de Branham sobre a mulher confessar atos de fornicação antes do casamento não se sustenta diante de passagens como Mateus 5:31-32 e Marcos 10:11-12, onde Jesus afirma claramente que:
- “Todo aquele que repudia sua mulher, exceto por causa de fornicação, comete adultério; e quem se casa com a repudiada também comete adultério.” (Mateus 5:32)
- “Quem repudiar sua mulher e casar com outra, comete adultério contra ela; e se a mulher repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério.” (Marcos 10:11-12)
Esses versículos deixam claro que o divórcio e o novo casamento só são permitidos em caso de infidelidade conjugal (porneia) ocorridos durante o matrimônio — o que inclui adultério, mas não se limita a ele. Não há espaço para uma mulher ser repudiada pelo que fez antes do casamento, mas sim por algo que aconteça durante o casamento, como adultério.
William Branham afirma que a mulher deveria confessar qualquer impureza antes do casamento, caso contrário, o marido poderia repudiá-la. No entanto, as Escrituras não exigem tal confissão. Não existe uma base bíblica para afirmar que a mulher precisa revelar pecados passados de fornicação antes do casamento, ou que ela estaria criando um "voto falso" ao casar-se sem essa revelação. A Bíblia trata do casamento como uma união sacramental, onde a pureza sexual é importante, mas o foco de Jesus é no compromisso de fidelidade entre marido e esposa após o casamento, não nas falhas do passado.
Jesus disse que, se houver adultério no casamento, a infidelidade justifica o divórcio (Mateus 19:9). Portanto, a ênfase está na conduta dentro do matrimônio, não em atos cometidos antes do casamento.
O Passado importa ou o Compromisso de Fidelidade?
Branham fala sobre um "voto falso" e a necessidade de confissão, com base na ideia de que casais podem estar cometendo um erro se não se unirem de acordo com a Palavra de Deus. No entanto, o ensino bíblico de Mateus 19:9, Mateus 5:32 e outros textos se refere ao compromisso de fidelidade dentro do casamento. A Escritura não exige que os casais confessem ou revelem pecados passados antes de se unirem, mas enfatiza que, se houver imoralidade sexual (como adultério) durante o casamento, o casamento deve ser anulado, mas o vínculo ainda é sagrado. O “voto falso” que ele menciona não tem respaldo nas Escrituras quando se trata da confissão pré-casamento.
230 - Agora você percebe em Primeira Coríntios 7:10, observe, Paulo ordena à esposa, isto é, que se divorcia de seu marido, que permaneça solteira ou se reconcilie, não se case novamente. Ela deve permanecer solteira, ou se reconciliar de volta com seu marido. Ela não pode se casar novamente. Ela deve permanecer solteira, mas, observe, ele nunca disse sobre o homem. Veja, você não pode fazer a Palavra mentir. "Desde o princípio", a lei do sexo pela poligamia. Agora, a Palavra de Deus corre fielmente com a natureza de Deus, corre em continuidade.
65-0221M - "Casamento e Divórcio"
Rev. William Marrion Branham
App - A mesa
E aos casados ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do seu marido;
mas, se apartar, que ela permaneça solteira, ou que se reconcilie com o seu marido; e o marido não deixe a sua esposa.
1 Cor. 7:10-11
Como Branham justifica uma exceção onde nenhuma é claramente dada nas Escrituras? E, mais especificamente, como ele pode permitir uma exceção quando Paulo ordena que o marido não se divorcie de sua esposa? Em nenhum momento Paulo permite, de forma direta ou indireta, que o marido se case novamente neste versículo.
O que Paulo está afirmando é que, se marido e mulher cristãos não conseguem se reconciliar, como poderão ser exemplos de reconciliação em um mundo marcado pela divisão e pelo sofrimento? Eles são chamados a refletir a graça e a restauração de Cristo, demonstrando, por meio de suas ações, o poder da reconciliação.
Mas aos restantes digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem esposa descrente, e ela consente em habitar com ele, não a abandone, e a mulher que tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o abandone.
Porque o marido descrente é santificado pela esposa, e a esposa descrente é santificada pelo marido. Do contrário, os vossos filhos seriam impuros; mas agora são santos.
Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; o irmão ou a irmã não está sob a servidão neste caso; mas Deus chamou-nos para a paz.
Porque, como sabes, ó esposa, se tu salvarás teu marido? Ou, como sabes, ó homem, se tu salvarás tua esposa?
1 Cor. 7:12-16
A resposta de Paulo em 1 Coríntios 7 é clara e consistente:
- Instrução para Casais Cristãos (1 Coríntios 7:10-11):
Paulo ordena que o casal permaneça unido. Se ocorrer a separação, a esposa deve permanecer solteira ou reconciliar-se com o marido. O crente não deve ser o iniciador do divórcio (conforme 1 Coríntios 7:12-13), a não ser que, em consequência de uma razão específica – a separação promovida pelo cônjuge incrédulo (1 Coríntios 7:15) – o casamento se dissolva. - A Exceção e o Chamado à Paz:
Embora Paulo permita que, se o cônjuge incrédulo optar por se separar, o crente não esteja obrigado a manter o casamento, essa exceção não implica liberdade para um novo casamento. O chamado de Deus é para a paz e para a reconciliação, mantendo o casamento na esperança de que o cônjuge incrédulo venha à fé (1 Coríntios 7:16). - Sobre a "Liberdade" para Novo Casamento:
O versículo 15, que afirma que "um irmão ou uma irmã não está sob escravidão em tais casos", significa que o crente não está obrigado a continuar num casamento onde o outro lado rompe a união. No entanto, isso não deve ser interpretado como uma autorização para se casar novamente. Paulo deixa claro, em 1 Coríntios 7:11, que o novo casamento é proibido para a parte que se divorciar – a ordem é para manter o status quo, não para trocar de parceiro. - Pontos Relevantes para a Interpretação:
- Foco no Divórcio, Não no Novo Casamento:
Paulo aborda a questão do divórcio, enfatizando a preservação do casamento. Em um contexto onde muitos defendiam o direito de dissolver o casamento, Paulo não estava tratando do novo casamento, mas sim da preservação do vínculo matrimonial. - Uso do Termo "Sob Escravidão":
O termo grego usado por Paulo para indicar não estar “sob escravidão” não significa que o cônjuge está livre do compromisso matrimonial. Ao contrário, significa que o crente não é obrigado a lutar contra a decisão do cônjuge incrédulo de se separar – o vínculo permanece até que a morte o desfaça (1 Coríntios 7:39; Romanos 7:2). - Proibição Explícita do Novo Casamento:
Mesmo considerando a exceção para a separação promovida pelo incrédulo, Paulo deixa claro que um novo casamento não é permitido, mantendo a integridade do ensino cristão sobre o casamento. - Tema Central – Manutenção do Status do Casamento:
O capítulo enfatiza que o casamento não deve ser dissolvido, mas sim mantido, de modo a refletir a reconciliação e a fidelidade que os cristãos devem demonstrar. As exceções não autorizam a troca de parceiros, mas apenas a transição do status de casado para solteiro – e mesmo assim, isso não abre a porta para o novo casamento.
- Foco no Divórcio, Não no Novo Casamento:
Em resumo, Paulo está tratando do divórcio e não autorizando um novo casamento. Ele ensina que, mesmo que ocorra a separação – como quando o cônjuge incrédulo decide partir – o cônjuge crente não tem permissão para se casar novamente, devendo permanecer solteiro ou buscar a reconciliação. Por outro lado, Branham acaba enfatizando a possibilidade de novo casamento, o que desvia do ensino claro de Paulo sobre a preservação do vínculo matrimonial.
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Referência:
https://en.believethesign.com/index.php/Marriage_and_Divorce?fbclid=IwY2xjawIRzZpleHRuA2FlbQIxMAABHSIBbhbyfUtm_bESmm1Mki34PyHhU5Xv73kCk_JDW7BepPl8-rB6SWY8vA_aem_x8CiktYm1GFo9_oolvo7PQ