Idolatria dentro da Mensagem: A peregrinação ao túmulo de William Branham
No dia 11 de abril de 1966, uma segunda-feira chuvosa, o corpo do "profeta" foi finalmente sepultado no Eastern Cemetery, em Jeffersonville, Indiana — um dia após a celebração da Páscoa. A fina garoa que caía sobre a cidade parecia acompanhar o silêncio reverente dos presentes. Cerca de setecentas pessoas reuniram-se, com os olhos voltados ao túmulo, para testemunhar o último capítulo de uma história que, para muitos, ainda não havia terminado.
Os dias que se seguiram foram, para muitos crentes da Mensagem, uma espera em vão — e mais dolorosa do que a própria morte de seu profeta.
William Branham não ressuscitou dos mortos.
Morreu, assim, duas vezes: a primeira, em 24 de dezembro de 1965; e a segunda, quando o caixão desceu à sepultura e ele não retornou para cumprir certas profecias que, com sua morte, ficaram sem resposta.
Desde o fatídico acidente até os dias de hoje — passando por sua morte e sepultamento — muitas coisas se transformaram dentro da Mensagem. Tomaram formas diferentes, caminhos distintos — mas uma coisa permaneceu.
Para muitos crentes ao redor do mundo, William Marrion Branham não morreu. Sua sepultura tornou-se um local de peregrinação. Há quem diga: Meca tem Maomé e sua peregrinação; Jeffersonville, Indiana, tem o Tabernáculo Branham e o túmulo de seu profeta. Um lugar sagrado. Um altar. Um instante eterno de culto.
Todos os anos, pessoas vindas de diversas partes do mundo desembarcam no aeroporto com bagagens nas mãos para uma estadia religiosa. Visitam os locais considerados sagrados onde o profeta da Mensagem viveu: o Tabernáculo Branham, o Rio Ohio, e seu lugar de descanso eterno.
Muitos, sem qualquer pudor de estar idolatrando um homem, fazem orações diante do túmulo, tratando William Branham como um santo que, embora morto, poderia ajudá-los em suas dores e aflições.
Outros, por sua vez, retornam a cada Páscoa ao cemitério, ainda esperando que o santo da Mensagem ressuscite.
Mas tudo é em vão.
Pois, ao findar o último raio de sol no domingo da Páscoa, William Marrion Branham permanece onde foi colocado — em uma tumba fria e sem vida.
Ainda assim, infelizmente, caravanas continuam a se mover, ano após ano, em direção ao Eastern Cemetery, rendendo culto a um homem. E, nesse ato, cometem um dos mais graves pecados condenados pela Escritura: a idolatria.
Isaías 42:8 — Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura.

Artigo de: Wilson Rogério