Policarpo e Irineu criam no mesmo Evangelho que Branham?

Policarpo e Irineu criam no mesmo Evangelho que Branham?
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Policarpo de Esmirna e Santo Irineu de Lyon foram figuras essenciais na preservação e transmissão da fé cristã nos primeiros séculos da Igreja. Policarpo (69–155 d.C.) foi bispo de Esmirna e é especialmente importante por ter sido discípulo direto do apóstolo João. Esse vínculo apostólico lhe conferiu grande autoridade, pois ele recebeu os ensinamentos cristãos de uma fonte direta dos apóstolos. Ele combateu heresias, como o gnosticismo, e insistiu na fidelidade à fé apostólica.

Santo Irineu (130–202 d.C.), por sua vez, foi discípulo de Policarpo e desempenhou um papel crucial na defesa da ortodoxia cristã contra as heresias. Como bispo de Lyon, Irineu escreveu a obra "Contra as Heresias", na qual refutou os ensinos gnósticos e outras heresias de sua época.

Policarpo de Esmirna e Santo Irineu de Lyon foram figuras essenciais na preservação e transmissão da fé cristã nos primeiros séculos da Igreja. Policarpo (69–155 d.C.) foi bispo de Esmirna e é especialmente importante por ter sido discípulo direto do apóstolo João. Esse vínculo apostólico lhe conferiu grande autoridade, pois ele recebeu os ensinamentos cristãos de uma fonte direta dos apóstolos. Ele combateu heresias, como o gnosticismo, e insistiu na fidelidade à fé apostólica.

A importância de ambos está na continuidade da fé: São João ensinou São Policarpo, que ensinou Santo Irineu, garantindo a preservação dos ensinamentos apostólicos e fortalecendo a estrutura da Igreja primitiva. Essa sucessão demonstra que o cristianismo ortodoxo do século II estava diretamente enraizado na pregação dos apóstolos, refutando qualquer alegação de que novas doutrinas poderiam substituir o Evangelho original.

William Branham sabia que ambos eram importantes e afirmou de forma errônea que estes dois criam no mesmo evangelho que ele cria.

120 - Policarpo, que era discípulo de João, levou a Palavra adiante. E de Policarpo veio Irineu. E Irineu, o grande homem de Deus que acreditava no mesmo Evangelho que nós acreditamos, "A Palavra está madura". A igreja tentando espremê-la.

121 - Finalmente chegou a Nicéia, Roma, e lá ela caiu no chão, depois de São Martinho, e foi assassinada. São Martinho acreditava na mesma coisa que nós acreditamos. Ele defendia a mesma coisa; o batismo do Espírito Santo, o batismo nas águas em Nome de Jesus. Ele defendia a mesma coisa que nós. E ele era um profeta, e acreditava na Palavra completa de Deus. E finalmente eles foram crucificados, e esmagados no chão, e ficaram lá por centenas de anos, até que apodrecesse o exterior, Semente. Os corpos velhos apodreceram. Eu estive em Sant'Angelo, nas catacumbas, e vi onde eles morreram, e seus ossos quebrados e tudo mais. Eles finalmente apodreceram até que seus ossos se foram, mas a Vida ainda estava lá.

64-0705 - "A Obra-prima"
Rev. William Marrion Branham
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Nesta pregação Branham afirma que Policarpo, Irineu e Martinho criam no mesmo evangelho que ele, até mesmo atribuindo que Martinho batizava em nome de Jesus. Se de fato, Branham é um profeta de Deus, então isso que ele afirma precisa ser verdade, caso contrário ele será um falso profeta, ele mesmo afirma que os historiadores estariam ouvindo essa fita e poderiam confirmar que a Igreja morreu em Nicéia. Policarpo e Irineu são antes do Concílio de Nicéia realizado em 325 d.C, por isso ele ressalta:

113 Agora, historiadores, lembrem-se. E vocês que vão ouvir esta fita, verifiquem e descubram se isso não está certo. A igreja morreu em Nicéia, Roma, quando ela tomou dogmas e credos, no lugar da Palavra original. O que foi? Deus havia mostrado, por aquela primeira Igreja, que Ele era Deus. Ele tinha uma Igreja aperfeiçoada; mas a Igreja, como todas as outras sementes, deve cair no chão e morrer. Agora, ela caiu no chão, morreu e se desgastou.

64-0705 - "A Obra-prima"
Rev. William Marrion Branham
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Ou seja, Branham defendia que Policarpo e Irineu faziam parte desta primeira Igreja antes da suposta queda em 325 d.C. e que eles criam no mesmo Evangelho que William Branham estava pregando, que era: Batismo em nome de Jesus e a doutrina da Unicidade.

Agora, vamos conferir se isto é verdade? Assim como o próprio Branham pediu para verificar.

São Policarpo de Esmirna  (69–155 d.C.)

O único documento encontrado escrito por Policarpo é sua Carta aos Filipenses (110-140 d.C), onde não é possível encontrar qualquer menção ao ensino unicista ou o batismo na formula “Em nome de Jesus Cristo”, muito pelo contrário, vemos o pensamento de separar Jesus Cristo de seu Pai, e não que sejam a mesma pessoa.

"O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, e este mesmo pontífice eterno, Jesus Cristo Filho de Deus, nos edifique na paciência e longanimidade, na tolerância e castidade. Que ele vos conceda herança e parte entre seus santos, e convosco também a nós e a todos aqueles que estão sob o céu e que acreditarão em nosso Senhor Jesus Cristo e no próprio Pai, que o ressuscitou dos mortos."

- Carta aos Filipenses de Policarpo.

Por outro lado, de forma alguma Policarpo cria na heresia ariana de que Jesus não era Deus, isso poderemos verificar nos escritos de Santo Irineu, que deixou uma ampla biblioteca de ensinamentos contidos no seu livro “Contra as Heresias” 180 d.C.

Santo Irineu de Lyon (130–202 d.C.)

Neste Livro "Contra as Heresias" podemos verificar uma ampla gama de ensino tanto sobre as doutrinas da Igreja dos primeiros séculos, como também a relação de Irineu com o próprio Policarpo. A respeito da Carta aos Filipenses que acabamos de ler, Irineu escreve:

"Há também uma poderosa espístola escrita por Policarpo aos Filipenses, de onde os que desejarem e estiverem ansiosos por sua salvação podem aprender o caráter de sua fé e a pregação da verdade. Então, novamente, a Igreja em Éfeso, fundada por Paulo, e tendo João permanecendo entre eles permanentemente até os tempos de Trajano, é uma verdadeira testemunha da tradição dos apóstolos."

- Contras as Heresias, Livro III, cap 3.4

Podemos verificar um exemplo apenas de tantos outros contidos neste livro, de como Irineu valorizava a fé apostólica e tinha contato com ela.

Dito isto, fica a pergunta: Irineu ensinava a doutrina da Unicidade (Três manifestações de Deus)? Irineu ensinava o batismo na fórmula batismal "Senhor Jesus Cristo"?

"Ela crê a Igreja em um só Deus, o Pai Todo-Poderoso, Criador do céu, da terra, do mar e de tudo o que neles há; e em um só Cristo Jesus, o Filho de Deus, que se encarnou para nossa salvação; e no Espírito Santo, que proclamou por meio dos profetas as dispensações de Deus, e os adventos, e o nascimento de uma virgem, e a paixão, e a ressurreição dentre os mortos. a fim de que a Cristo Jesus, nosso Senhor, e Deus, e Salvador, e Rei, segundo a vontade do Pai invisível, se dobre todo joelho das coisas nos céus, e coisas na terra, e coisas debaixo da terra, e que toda língua confesse."

- Contras as Heresias, Livro I, cap 10.

Podemos perceber três pontos essenciais nesse trecho de Santo Irineu:

  1. Um único Deus Pai Todo-Poderoso, Criador de todas as coisas.
  2. Jesus Cristo, o Filho de Deus, que se encarnou para a salvação da humanidade.
  3. O Espírito Santo, que falou por meio dos profetas e revelou os planos divinos.

Depois vemos exposto a alta cristologia de Irineu, provando que os primeiros cristãos criam na Divindade de Jesus Cristo. Irineu afirma que Jesus é Senhor, Deus, Salvador e Rei, enfatizando sua Divindade e Soberania. Isso mostra que, já no século II, a Igreja via Cristo não apenas como um mestre ou profeta, mas como Deus encarnado.

Está muito longe de ser ensinada a doutrina da unicidade por Irineu, isto prova que ele não cria como Branham na forma unicista.

Quanto ao batismo, Irineu pregava:

"Ao dar a Seus discípulos poder para que fizessem os homens renascer de Deus, o Senhor lhes disse: Ide e fazei discípulos Meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo."

- Contra as Heresias, Livro III, cap 17.1-3

Muito pelo contrário, Irineu pregava o batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, isto refuta qualquer ideia de que a crença na Trindade ou na necessidade do batismo trinitário tenha sido uma criação posterior da Igreja. Desde o século II, a fé apostólica já reconhecia a Trindade e administrava o batismo conforme Mateus 28:19.

São Martinho de Tours (316-397 d.C)

Tudo que sabemos sobre São Martinho de forma detalhada está contido na biografia escrita por seu discípulo Sulpício Severo (360-425 d.C) na obra Vita Sancti Martini (A Vida de São Martinho), escrita por volta do ano 397 d.C.

Talvez você não tenha percebido ainda, mas São Martinho foi um monge católico pós Concílio de Nicéia que ocorreu no ano 325 d.C. Neste contexto, ele cria no credo-niceno, pois foi bispo na Gália (atual França) entre 371-397 d.C, ou seja, ele foi um católico depois do Concílio de Niceia ter sido realizado. Se ele ensinasse a heresia unicista ou o batismo em nome de Jesus, teria sido excomungado da Igreja Católica e nem mesmo seria considerado um santo pela mesma.

Não há nenhum registro histórico que comprove que ele tenha corroborado com qualquer ensinamento que não fosse o realizado no Concílio de Nicéia.

Embora William Branham tenha feito afirmações sobre a suposta unidade de fé entre Policarpo, Irineu, Martinho e ele mesmo, a evidência histórica e os escritos dos próprios santos provam que suas crenças eram fundamentalmente diferentes. Policarpo e Irineu não pregavam o mesmo evangelho que ele, como Branham afirmava. Ao contrário, ambos defendiam a doutrina da Trindade e o batismo trinitário conforme ensinado por Jesus Cristo.

Portanto, a visão de Branham está em desacordo com o testemunho histórico da Igreja Primitiva, e suas afirmações sobre a continuidade da fé de Policarpo, Irineu e Martinho com a sua própria doutrina precisam ser rejeitadas à luz dos registros históricos, assim como ele mesmo pediu para verificar. Isso corrobora para evidenciar que ele foi um falso profeta.

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Jamie Larson
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